Gestão financeira: as armadilhas que autônomos caem sem perceber

Finanças Gestão
12 minutos de leitura 14.02.2024
Gestão financeira: as armadilhas que autônomos caem sem perceber
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Elencamos 8 erros financeiros que prejudicam a gestão financeira dos autônomos. Além disso, confira também algumas dicas para evitar esses erros e melhorar o seu negócio.

Ser um profissional autônomo traz liberdade e flexibilidade, mas também responsabilidades. Uma das principais é fazer uma correta gestão das finanças da sua atividade profissional.

 

Infelizmente, muitos autônomos cometem erros simples de gestão financeira que podem comprometer o sucesso do negócio. Neste artigo, vamos abordar os erros mais comuns e como evitá-los, para que seu empreendimento seja financeiramente saudável.

 

Falaremos sobre a importância de separar contas pessoais e profissionais, emitir notas fiscais, controlar o fluxo de caixa, recolher impostos, constituir uma reserva de emergência, controlar despesas e investir o dinheiro obtido com a atividade.

 

Ao corrigir esses erros que muitos autônomos cometem, você colocará sua carreira no caminho do crescimento sustentável e evitará dores de cabeça desnecessárias.

 

 

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8 erros financeiros que prejudicam os autônomos

 

Em diversos momentos, o planejamento financeiro fica em segundo plano e acabamos perdendo o controle. Infelizmente esse cenário não é favorável para ninguém, e para os autônomos é ainda mais importante.

 

Confira a seguir 8 erros que prejudicam a gestão financeira dos profissionais autônomos.

 

1º - Não separar contas pessoais e profissionais

 

Separar as contas bancárias pessoais e profissionais é essencial para uma boa gestão financeira quando se é autônomo. Muitos cometem o erro de usar a mesma conta para receber rendimentos, pagar fornecedores e gastos pessoais.

 

Isso pode trazer sérios problemas. Primeiro, dificulta o controle financeiro e a análise de fluxo de caixa do seu negócio. Sem separação fica impossível saber quanto está entrando e saindo especificamente da sua atividade profissional.

 

Além disso, misturar contas pessoais e da empresa também pode complicar na hora de declarar impostos. O contador não terá dados precisos sobre os rendimentos e gastos da pessoa jurídica.

 

Outro ponto é que esse hábito pode facilitar que você acabe usando dinheiro do seu negócio para fins pessoais e vice-versa. Os recursos profissionais devem ser reinvestidos para o crescimento do empreendimento.

 

Portanto, o ideal é ter uma conta exclusiva da sua empresa, PJ ou MEI para receber por seus serviços e pagar apenas despesas do seu trabalho. Enquanto seus gastos pessoais como aluguel, supermercado, lazer, etc. devem ser realizados numa conta particular.

 

Assim fica bem dividido o que é recurso particular e recurso do seu próprio negócio. Isso ajuda a ter clareza sobre os números e tomar melhores decisões financeiras e empresariais.

 

2º - Não emitir notas fiscais

 

A emissão de notas fiscais é obrigatória para autônomos e profissionais liberais de acordo com a legislação fiscal brasileira. No entanto, muitos autônomos cometem o erro de não emitir nota fiscal pensando estar economizando com impostos. Essa atitude, porém, pode trazer graves consequências.

 

Ao não emitir nota fiscal o autônomo está sonegando impostos, o que é considerado crime contra a ordem tributária. Isso pode levar a autuações fiscais com a cobrança dos impostos devidos, multas e até mesmo processo criminal.

 

Além disso, o autônomo que não emite nota fiscal fica impossibilitado de comprovar a sua renda de forma legal. Isso dificulta na obtenção de empréstimos, financiamentos, crediário e até mesmo no aluguel de imóveis.

 

Portanto, por mais que possa parecer vantajoso no curto prazo, não emitir nota fiscal traz muitas complicações e riscos para o autônomo. O correto é buscar formas legais de reduzir a carga tributária, mas sempre emitindo nota fiscal de serviço para todas as atividades remuneradas.

 

Leia também: Nota Fiscal: O que é e como emitir corretamente

 

3º - Não controlar fluxo de caixa

 

Controlar o fluxo de caixa é fundamental para o planejamento financeiro de autônomos. Isso significa acompanhar de perto todas as entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos) para ter uma visão clara da situação financeira em tempo real.

 

Controlar entradas e saídas é essencial para que o autônomo consiga:

 

  • Saber quanto pode investir ou poupar.
  • Evitar falta de dinheiro para pagamentos.
  • Tomar decisões baseadas nos números reais do negócio.
  • Fazer projeções e planejar com assertividade.
  • Identificar desperdícios e cortar custos desnecessários.
  • Precificar serviços de forma lucrativa e inteligente.

 

Portanto, ter disciplina para registrar tudo e acompanhar o fluxo de caixa frequentemente é crucial para o autônomo ter sucesso financeiro a longo prazo.

 

4º - Não recolher impostos

 

Uma das principais obrigações dos autônomos é o recolhimento correto dos impostos. Como pessoa jurídica, o autônomo precisa recolher alguns impostos, como:

 

  • Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ)
  • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
  • Programa de Integração Social (PIS)
  • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
  • Imposto sobre Serviços (ISS)
  • Contribuição previdenciária (INSS)

 

Não recolher os impostos devidos como autônomo pode trazer graves consequências, como:

  • Multas que podem chegar a 75% do valor devido
  • Inclusão em dívida ativa e no cadastro de inadimplentes
  • Bloqueio e penhora de bens
  • Perda de certidões negativas de débito
  • Dificuldades na obtenção de financiamentos
  • Problemas na emissão de notas fiscais
  • Processos judiciais por sonegação fiscal

 

Por isso, é fundamental que o autônomo organize sua contabilidade, emita notas fiscais de todos os serviços prestados, apure corretamente os impostos devidos e faça o recolhimento dentro dos prazos. Contar com a ajuda de um contador pode facilitar o cumprimento dessas obrigações e evitar sérios problemas no futuro.

 

 

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5º - Não ter uma reserva de emergência

 

Ter uma reserva de emergência é fundamental para a segurança financeira de autônomos. Como não têm um salário fixo garantido todo mês, é essencial juntar dinheiro para imprevistos.

 

Uma reserva de emergência cobre gastos essenciais por 6-12 meses em caso de doença, acidente, problemas com clientes ou flutuações na renda. Sem essa reserva, o autônomo pode se ver em sérias dificuldades ao menor contratempo.

 

É recomendado poupar 10-20% do faturamento todo mês para essa finalidade. O ideal é ter de 6-12 vezes os gastos mensais fixos investidos em uma aplicação de baixo risco e alta liquidez. Dessa forma, em caso de emergência, o autônomo pode sacar o dinheiro rapidamente sem comprometer a saúde financeira do negócio.

 

Ter disciplina para guardar dinheiro para imprevistos é fundamental. Eventos inesperados acontecem e é preciso estar preparado. Uma reserva de emergência dá tranquilidade para os autônomos, sabendo que têm um colchão financeiro para superar turbulências.

 

6º - Não controlar despesas

Muitos autônomos não controlam adequadamente suas despesas, o que pode comprometer a saúde financeira do negócio. Alguns gastos desnecessários podem passar despercebidos se não houver um controle rígido.

 

Para evitar esse problema, é importante adotar algumas técnicas simples de controle de despesas:

 

  • Registrar todas as despesas, por menores que sejam. Usar um software de controle financeiro ou planilhas para ter clareza de cada gasto.
  • Classificar as despesas por categorias (aluguel, telefone, material de escritório etc). Assim fica mais fácil visualizar onde está saindo mais dinheiro.
  • Estipular um teto mensal de gastos para cada categoria, baseado na realidade financeira do negócio. Isso ajuda a não extrapolar.
  • Cortar gastos supérfluos, como viagens desnecessárias ou compras por impulso que não agregam valor real ao negócio.
  • Renegociar contratos e buscar alternativas mais em conta, como mudar de plano de internet/telefone, revisar aluguel etc.
  • Comparar os gastos mensais e analisar possíveis reduções de custos em cada área.

 

Com essas técnicas simples, é possível controlar os gastos, reduzir desperdícios e garantir que as despesas não comprometam a saúde financeira do negócio. O controle adequado é fundamental para o autônomo.

 

7º - Não investir o dinheiro

 

Um erro comum entre os autônomos é não investir o dinheiro que está entrando, deixando-o parado na conta bancária sem rentabilidade. Isso representa uma oportunidade perdida de fazer o dinheiro render mais.

 

Existem diversas opções interessantes de investimento, adequadas para diferentes perfis e objetivos. É importante fazer uma reserva de emergência primeiro, de 3 a 6 meses de gastos, para ter segurança. O restante pode ser investido de forma mais rentável.

 

Diversificar os investimentos e reinvestir os rendimentos permite acelerar o crescimento do patrimônio a longo prazo. Consulte um assessor de investimentos para montar uma carteira adequada ao seu perfil. Investir é fundamental para rentabilizar o dinheiro e alcançar liberdade financeira.

 

Leia mais em: Investimentos para PJ: ONde colocar o dinheiro da sua empresa

 

8º - Não ter assessoria profissional

Trabalhar de forma autônoma pode ser muito gratificante, mas também traz desafios, especialmente na parte financeira e contábil. Muitos autônomos cometem o erro de tentar fazer tudo sozinhos para economizar dinheiro. No entanto, não ter assessoria profissional pode sair muito caro no longo prazo.

 

Ter o apoio de profissionais como contadores e assessores financeiros é essencial para fazer uma boa gestão do negócio. Eles podem ajudar com:

 

  • Orientação sobre como emitir notas fiscais de forma correta
  • Apuração de impostos devidos
  • Registro contábil adequado
  • Análise de fluxo de caixa
  • Planejamento financeiro e fiscal
  • Indicação de ferramentas de controle
  • Consultoria sobre finanças e investimentos

 

É importante procurar essa assessoria desde o início das atividades, para se adequar às exigências legais e evitar multas. Também vale a pena buscar apoio profissional em momentos de mudança, como ao expandir as operações, contratar funcionários ou trocar de modelo de negócio.

 

 

Conclusão

 

Ter uma boa gestão financeira como autônomo é essencial para o sucesso do negócio. Os erros mais comuns como os que listamos acima, podem levar o seu negócio à falência.

 

Portanto, é crucial ter disciplina, organização e planejamento desde o início das atividades para evitar problemas futuros. Adotar boas práticas de gestão financeira irá proporcionar estabilidade e crescimento sustentável para o negócio ao longo do tempo. Este guia apresenta os erros mais comuns e como evitá-los. Colocar essas dicas em prática trará mais segurança e lucratividade para o trabalho autônomo.

 

E com o Contas Online, fazer o controle do seu fluxo de caixa e dos seus gastos, por exemplo, fica muito mais fácil. São diversas ferramentas que deixarão a sua gestão financeira ainda mais simples e prática.

 

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