Você sabia que os BRICS podem impactar até nas suas compras na Shein?

Finanças
15 minutos de leitura 11.09.2023
Você sabia que os BRICS podem impactar até nas suas compras na Shein?
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Entenda sobre como as relações internacionais afetam o seu dia a dia. Saiba mais sobre os BRICS e como as políticas discutidas no grupo (e com outros países) podem impactar a economia do país.

É muito comum que a maioria das pessoas não compreendam as diversas formas que assuntos internacionais podem impactar no nosso cotidiano. Sempre nos questionamos, um evento que ocorre do outro lado do mundo pode nos afetar?

 

A resposta é SIM! Com certeza, vários eventos, decisões políticas e econômicas e até mesmo guerras afetam todo o sistema internacional e acaba por também afetar o nosso dia a dia.

 

Os reflexos podem ser positivos e negativos e cabe a nós compreender um pouco mais sobre esses eventos, e quais serão os possíveis impactos que eles terão em nossa vida.

 

Um exemplo disso aconteceu na pandemia de COVID-19. A cadeia de suprimentos e serviços no mundo ficou afetada devido às quarentenas ao longo de todo o planeta.

 

Em dezembro de 2022, por exemplo, houve um atraso significativo na venda de iPhones em todo o mundo. O motivo? Uma fábrica de um importante componente do celular entrou em quarentena devido a uma nova onda de infecção que ocorreu naquele local, na China.

 

O resultado? Houve um atraso significativo na produção do celular e isso afetou a venda do aparelho em todo o mundo. Ou seja, aqui podemos entender como um fato, uma decisão ou até mesmo um desastre natural pode influenciar e muito a nossa vida, mesmo em países diferentes.

 

Assim, nos últimos dias muito se ouviu falar sobre os BRICS e sobre os novos membros do bloco econômico. Buscando compreender um pouco mais sobre o assunto, preparamos esse material para você saber mais sobre o significado de BRICS, como funciona o grupo e é claro, qual o impacto dele em nosso cotidiano.

 

 

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O que significa BRICS?

 

O BRICS é um bloco econômico, criado em 2009, formado originalmente pelos países Brasil, Rússia, Índia, China e posteriormente, África do Sul.

 

O grupo surgiu como uma aliança entre os países em desenvolvimento, com o objetivo de promover a cooperação e comércio entre os países membros. O fortalecimento das relações entre esses países acabaria por - ao longo do tempo - diminuir a dependência que os mesmos possuíam (e ainda possuem) dos Estados Unidos.

 

Obviamente, a alternativa comercial e a busca pela independência do dólar nas relações comerciais fizeram com que nem todos os países fossem favoráveis ao bloco. Entretanto, devemos entender que as relações internacionais são muito mais complexas do que uma simples união entre países e que tudo tem seus impactos positivos e negativos.

 

Quando falamos em BRICS, devemos levar em consideração que essas economias juntas, formam um forte oponente ao comércio tradicional e também, juntos, possuem uma grande força no que diz respeito à produção e mercado consumidor.

 

Afinal, de acordo com o Banco Mundial, estamos falando de aproximadamente 3.248 bilhões de habitantes somados. Os países China e Índia possuem o maior número de habitantes do mundo, considerando que o primeiro, atualmente é a segunda maior economia do mundo, com um PIB de aproximadamente 17.96 trilhões de dólares.

 

Em 2022, a população - aproximadamente - em cada país era:

 

Brasil: 215.313 milhões de habitantes;

Rússia: 143.555 milhões de habitantes;

Índia: 1.42 bilhões de habitantes;

China: 1.41 bilhões de habitantes;

África do Sul: 59.893 milhões de habitantes.

 

 

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O que aconteceu com os BRICS em 2023?

 

Ao longo dos anos, os BRICS foram alvo de muitas discussões e debates sobre o seu futuro e impacto na economia global. Atualmente, houve mudanças significativas quanto a composição do bloco e a sua atuação comercial.

 

Foram convidados para a entrada no grupo: Argentina, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito.

 

Dois pontos são importantes de se entender neste momento: o poder de influência e as questões financeiras.

 

Influência

 

No que diz respeito à influência, hoje temos o Brasil presidindo o Banco dos BRICS. Banco este que surgiu como uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional, o FMI.

 

Lembrando que basicamente, o FMI empresta dinheiro aos países que precisarem, contando em troca, é claro, com a cobrança de juros exorbitantes e reformas internas - fiscais e monetárias.

 

Como as políticas do FMI podem ser desgastantes e até negativas para o país, o banco dos BRICS surgiu como uma alternativa aos seus países membros. Promovendo empréstimos a juros menores e menos impactos nas políticas econômicas internas do país.

 

Assim, ao presidir um fundo internacional como este, temos uma maior visibilidade, influência e poder de decisão nas relações com os parceiros de bloco.

 

Finanças

 

Já no que diz respeito a questões comerciais, temos por exemplo, a nova forma de exportação e importação acordada entre Brasil e China. Atualmente, todas as relações de comércio no mundo são feitas através do dólar - moeda estadunidense.

 

Com o novo acordo, ambos os países - China e Brasil - decidiram que as transações comerciais serão em suas respectivas moedas, e não o dólar.

 

A dependência dos países no globo em relação ao dólar reafirma o poder dos Estados Unidos sobre o sistema, e as relações que nele acontecem. Então, a decisão dos dois países em comercializarem em real ou yuan, tenta, aos poucos, diminuir essa dependência tanto da moeda quanto do país norte americano.

 

Leia mais: Os cinco mitos sobre investimentos no exterior para pessoa física

 

 

Quais são os possíveis impactos do BRICS no seu dia a dia?

 

Primeiro devemos considerar que esses são possíveis impactos, ou seja, são possibilidades de acontecimentos devido às relações comerciais e políticas entre os países do sistema internacional. Inúmeros fatores internos e externos influenciam direta e indiretamente a economia de um país, então, é somente possível fazer previsões do que pode ou não acontecer.

 

Sendo assim, vamos considerar os possíveis impactos que as relações com os países membros - tanto antigos, quanto novos - podem nos trazer ao longo dos anos.

 

Brasil x China

 

Com as novas dinâmicas de comercialização entre o Brasil e a China, onde ambos optaram pelo uso de suas moedas nacionais nas suas importações e exportações, temos um reflexo que pode impactar diretamente no bolso do brasileiros.

 

Sem o processo de conversão para o dólar, as compras de produtos chineses, por exemplo, poderão ficar bem mais vantajosas para os brasileiros quando forem finalizadas com o real ou yuan. Tanto em sites como Shein, Shopee e AliExpress, quanto em lojas no país que vendem produtos de origem asiática.

 

Brasil x Argentina

 

O Brasil e a Argentina são bons parceiros comerciais. A importação de trigo e carros pelo Brasil pode ser impactada positiva e negativamente por causa das relações entre os dois países.

 

Enquanto ela pode ser ainda mais facilitada com os BRICS, o uso do real ou do peso para o comércio, ela também pode ser influenciada negativamente pelas eleições no país argentino.

 

Nesta relação de exportação e importação de produtos, podemos ver os impactos diretamente no nosso dia a dia. Como é o caso do trigo que utilizamos para produzir o pão de sal, muito consumido no país.

 

Os preços do trigo quando o importamos da Argentina pode influenciar no preço do pão que compramos na padaria, podendo ficar mais caro ou mais barato, a depender também de fatores internacionais.

 

Confira também: O que é commodity e como elas influenciam no preço do produto final?

 

Petróleo

 

Outro ponto a se levar em consideração também, são os possíveis reflexos que poderá ter o comércio de petróleo no mundo. Com o novo alargamento dos BRICS, temos a possível entrada da Arábia Saudita no grupo.

 

Atualmente, a Arábia Saudita é o maior produtor de petróleo no mundo e também o líder da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Podemos ter uma mudança na exportação de petróleo, principalmente para os países membros e caso venha a ser comercializado em outras moedas que não o dólar, impactará toda a economia mundial.

 

Desvantagens

 

Como falamos de possíveis impactos positivos que os BRICS e suas relações comerciais podem trazer para nós, temos também que abordar alguns pontos negativos sobre essa relação.

 

Quando pensamos em independência do dólar e importação (compra) em uma moeda mais barata, pensamos logo no benefício de pagar mais barato em um produto. Ou seja, vemos o reflexo de produtos industrializados que compramos da China saírem por um preço mais em conta.

 

Entretanto, devemos considerar também que o comércio não é feito somente de compra, mas também de venda. Quando compramos em uma moeda alternativa, também vendemos nela, ou seja, compramos mais barato, mas também vendemos mais barato.

 

Além disso, o alargamento do bloco também traz impactos sobre o poder de influência do Brasil. Muitos estudiosos acreditam que a entrada de novos membros pode reforçar o poder chinês sobre o grupo, fazendo com o que o Brasil talvez perca um pouco o seu destaque.

 

Sendo assim, podemos dizer que toda a busca pela independência do dólar irá trazer inúmeros desdobramentos para o mundo. É claro que ela será gradual e demorada e tende ainda a andar a passos lentos para que enfim vejamos influências dela no nosso dia a dia.

 

E por fim, também não devemos esquecer que os fatores geopolíticos também são um importante ponto nas políticas de influência dos BRICS, tanto para a China e Rússia na Ásia, quanto para o Brasil na América do Sul.

 

 

Controle Financeiro

 

Como vimos ao longo do artigo, inúmeros fatores - tanto nacionais, quanto internacionais - podem impactar o nosso dia a dia, e infelizmente não há nada que possamos fazer com relação a isso.

 

Entretanto, mesmo que estejamos à mercê de situações como essas, o modo como reagimos a elas é o importante. Afinal, já que não temos o poder de mudança, devemos pelo menos diminuir o impacto que elas têm em nossas vidas.

 

Como a dinâmica internacional traz tantos reflexos positivos quanto negativos, temos que estar preparados para eventuais contratempos. E nas finanças é exatamente dessa forma também.

 

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